Na verdade, a primeira pergunta pode ser: Você sabe identificar quando está precisando de ajuda?
Ser aquela pessoa forte, independente, que resolve tudo sozinha/sozinho foi algo bastante incentivado e admirado culturalmente. Isso cansa né mesmo!?
Me lembro claramente de um tempo que eu nem sabia que podia precisar de algo ou de alguém. Eu simplesmente tinha que dar conta de viver. Parar para me perceber, poderia abrir minha caixa de pandora. Eu sentia que meus problemas nunca mais deixariam de existir e iriam me consumir, me destruir.
Então, eu me ocupava excessivamente com trabalho, lazer, dramas e confusões e não havia espaço para observar que eu não estava bem. Lá no meu subconsciente ansiava que meus problemas, traumas e desafios se dissolvessem como mágica. Era pura ilusão!
Negando tudo, acreditava que eu estava abafando, nem via o tamanho do buraco que cavei e lá no fundo do poço eu fui. E desse lugar é muito difícil recomeçar.
E me pergunto! Será que precisamos mesmo chegar lá no fundo para ganhar impulso para mudar algo? Será que pedir e receber ajuda é tão difícil assim?
Vejo também, que muitas vezes nos colocamos num lugar: Eu dou conta disso aqui sozinha mesmo. Simplesmente por medo do outro testemunhar a vulnerabilidade de alguma parte de nós.
Alimentamos falsas desconfianças, nos afastamos e privamos as pessoas de nos oferecerem o que elas têm de melhor; uma habilidade, uma virtude, um conselho, um carinho; seja o que for que essa pessoa tenha de bom e muitas vezes nos falta.
À medida que começamos a conquistar mais o nosso amor próprio e assumir com genuína humildade que precisamos pedir e receber ajuda. Vamos aceitando com mais abertura que nós mulheres precisamos do acolhimento e sabedoria de outras mulheres, que homens precisam da força e apoio de outros homens, e precisamos uns dos outros.
Então, se neste momento você estiver passando por algo desafiador, não deixe de pedir: Amiga, amigo help!
Vale reforçar que nunca estamos sozinhos (mesmo que muitas vezes a gente se sinta assim). Podemos sempre pedir e receber ajuda.
O amor próprio não é somente um sentimento. Como também, não é questão de ter ou não ter. O amor próprio é uma construção diária, que exige manutenção a cada momento. Assim, o autocuidado é o terreno certo para a construção do nosso autoamor.
O ato de cuidar do que é importante pra gente, cuidar da nossa rotina, zelar pelo nosso corpo, mente e espírito. Estarmos atentas às nossas necessidades e buscar supri-las da melhor forma possível.
O mais IMPORTANTE, quando estamos bem cuidadas, estamos mais receptivas para amar e sermos amadas. E isso é muito bom!
Muitas vezes cuidar de nós mesmos significa desacelerar um pouco, descansar mais. Pois, nunca vi semente alguma crescer se toda hora ficamos agitando a terra, sem parar. Ela não vai vingar!
Há também a hora do movimento, de interagir com a abundância de experiências que a vida oferece. Contudo, num ritmo alinhado com o seu.
Para o autocuidado ser proveitoso, é fundamental primeiramente o autoconhecimento. Conhecer seus limites, desejos, preferências. Escutar e respeitar sua intuição, seu coração.
Todo o tempo e energia que você coloca em seu autoconhecimento é investimento em seu autocuidado, que vai se abrindo um caminho muito mais amplo, seguro e consistente para seu amor próprio. Amando a si mesmo, se torna também um terreno fértil para o desabrochar das suas potencialidades nesta vida. Pode confiar!